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Você sabe o que é eco-ficção?

De acordo com o site eco-fiction.com, eco-ficção é a ficção orientada para temas ecológicos, ou o impacto humano sobre a natureza. Os gêneros dentro dela podem ser praticamente todos: prosa, romances, contos, filmes, ficção científica, fantasia, ficção especulativa, distopia (cada vez mais), aventura, etc.

Segundo Rafael Moreira, da página Ficção Ecológica no Facebook, eco-ficção é uma nova ideologia literária. “É um modelo que trata da renovação do velho e modificação do novo,” que traz críticas sociais e políticas misturadas ao mundo da ficção. Sua página, (a única que achei sobre o tema no Brasil) afirma que leitores querem um leitura com propósito—querem, claro, o romance, a aventura e o drama—mas também um objetivo maior.

Ah, mas leitura viraria então lição e ato político?

Blargh, isso seria uma chatice sem fim, além de assassinar a arte.

Como diz John Luther Adams (ganhador do Pulitzer e do Grammy), “a arte política falha como política, e muitas vezes falha como arte; [...] a arte deve ser ela mesma.”

Como abordar então questões ambientais dentro de uma trama?

É aí que mora o talento. O grande lance da escrita é que ela é complexa. Quanto mais camadas ela tem, mais rica ela é. Uma das camadas pode ser romântica e aventureira, outras podem conter elementos que enaltecem o mundo natural, que nos faz questionar o que está acontecendo com o planeta, que nos angustie ao imaginar o futuro ou nos encha de esperanças. Enfim, que nos mobilize--sem que ao menos percebamos--a agir.

Mas como o escritor pode dar um propósito maior ao seu livro sem ser o vencedor do prêmio Mala sem Alça do Ano?

Trabalhando a sensibilidade;

Bolando um pano de fundo elaborado para suas histórias;

Desenvolvendo um amor natural pelo mundo que acaba se expressando nas entrelinhas;

Envolvendo-se realmente com o que é belo e importante, costurando essa beleza à narrativa e

Trazendo à vida protagonistas preocupados com algo mais que seu próprio umbigo.

Os benefícios? Todo leitor quer ser inspirado pelo que você escreve, do contrário ele estaria no Netflix. Nada inspira mais pessoas que natureza e nobreza de ações.

A eco-ficção tem não apenas o poder de mudar um pouquinho o mundo, ela tem o super-poder de elevar uma obra a níveis que o escritor jamais sonharia. Abra os olhos para o mundo generoso que te rodeia e escreva linhas que cantem. (Essa última frase também foi tirada do site aí de cima).

Alguns exemplos de eco-ficção:

- Tudo que John Muir e Henry David Thoreau escreveram (embora ambos sejam eco-não-ficção)

- Qualquer coisa que a fenomenal Margaret Atwood escreve (mais especificamente, a trilogia Maddadam, infelizmente sem tradução para o português);

- Moby Dick , de Herman Melville (Mas coooomo? Não é a história de um baleeiro matando uma baleia? Bem, também é a historia de uma baleia detonando um navio baleeiro.)

- Dr. Seuss (que apaixonado pelo meio ambiente não amou O Lorax?)

- E, pasmem, achei no Brasil “Contos De Ficção Eco Científica,” de Pedro Pazelli e a aventura indígena Jegwaká, O clã do centro da terra (link aqui)

Eu adoraria ouvir sua sugestão! Se tem algo a adicionar sobre o tema, junte-se a nós no facebook (Grupo Escritores por um Mundo Melhor).

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